domingo, 10 de junho de 2012

Aula de disciplina obrigatória: depois deste, leia o 'post' seguinte: o MP faz a diferença!


É de longa data a exploração do Homem pelo Homem. Um conceito marxista como a mais-valia é pedagógico. Ensina-nos sobre relações entre capital e trabalho, entre patrões e empregados e cliente-prestador de serviços. Faz-nos refletir, sejamos sócios, associados, cooperados, profissionais liberais autônomos, servidores públicos ou, até, voluntários.

Os sindicatos - via pela qual a voz do empregado se pode fazer ouvir - chegaram a um auge elegendo Lula. Antes fora o operário Lech Walesa, na Polônia, mas o fracasso de sua gestão abriu ainda mais espaço para o sucesso do nosso torneiro-mecânico feito presidente - trajetória única, histórica, inquestionável em termos de habilidade política.

Mas... sempre tem um mas...

Os sindicatos enfraqueceram-se, passaram a receber (muito) dinheiro do Estado (fenômeno mundial) e não mais conseguem fazer valer uma espécie de "lei dos mais fracos". O sindicato dos professores trata melhor os prepostos dos donos de faculdades particulares que os próprios docentes. Isto senti na própria pele em mais de uma oportunidade.

Os bancos demitem, por automação de processos, sim, mas também por ganância. E não são freados por quem quer que seja. No início, para se ter uma carta-patente de um banco, precisava-se provar ter um número mínimo de funcionários por quantidade de correntistas. Havia uma proporção que permitia um atendimento digno aos clientes - ainda cheguei a presenciar isto nos anos 1970.

Agora, um banco vem operar no país - e todos vêm, dos espanhois aos chineses - chegando ao absurdo de poder-se abrir uma só agência para atender a todo o mercado do estado do Rio de Janeiro, por exemplo. Presenciei isto como cliente do Banco FIAT, no início dos anos 1990. Vá reclamar no SAC!

Artistas

Quando iniciei minha empresa de produção cultural, em 1984, o SATED - Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão - fazia valer as leis e protegia os formados em Artes Cênicas. Hoje, a mesma entidade distribui carteiras e aparece nos créditos das telenovelas recebendo "agradecimento especial". O caso da Ordem dos Músicos do Brasil - outra usina de carteiras - é de polícia.

Jornalistas

Houve um momento, aqui no Rio de Janeiro, em que havia 5 sindicatos de jornalistas. Brigavam entre si. Atualmente, há dois. E continuam brigando. Nessa briga esqueceram-se de proteger os profissionais - veja matéria no 'post' abaixo -, sem que saibamos quantificar o tempo em que imperou a ilegalidade e a imoralidade patronal - e passaram, como o SATED e a UNE, a constituírem-se em meros emissores de carteiras. Documentos para garantir aos seus portadores "dar carteiradas" por aí. Jornalistas querem - muito justo - seu Conselho Profissional, mas os patrões da mídia gritam: - dirigismo! - censura! E ainda conseguiram "detonar" o diploma e a Lei de Imprensa, esta ruim, mas por meio da qual se pleiteava o direito de resposta, agora extinto. Para mais, acesse este link.

MTb número 171

Em mais de uma oportunidade participei de conversas calorosas entre coleguinhas que comparavam o "poder" de suas carteiras: - a minha vale na França! - a minha expirou; não consegui entrar no show! - a minha é ótima, tem esse "big" carimbo vermelho de "IMPRENSA"! E os jornalistas, pateticamente, continuam a ostentar, depois de seus créditos nominais, o número de suas carteiras de trabalho (MTb, DRT), como se isso valesse alguma coisa (eu tenho três - e muito assinadas - precisamente, há 37 anos). Puro resquício da ditadura, quando alguém sem carteira de trabalho assinada podia ser preso por vadiagem - aliás, ainda pode, como demonstrou outro dia a cidade de Franca (SP).

Relações Públicas

A classe nunca teve força ou representatividade sindical. São Paulo conta com um SINPRORP que funciona por conta de abnegados. Pugna por um piso salarial, mas não tem força para impô-lo aos empregadores. Sinecuras? Surgiram às pencas, sob a égide de sindicatos e federações de sindicatos. Imagine isto! Pura imaginação mesmo!

Luz no fim do túnel

Única possibilidade que surge para a melhora no campo do trabalho profissional , além do Ministério Público (instituição ainda jovem, mas que já mostra a que veio, como demonstrado no 'post' abaixo), é a organização da sociedade civil. Temos, em errepê, um Código de Ética e um sistema com conselhos federal e regionais, mas isto não basta. Nossa profissão, aliás, é semente e fruto, se e somente só, sobre 4 pilares avançados, sofisticados: democracia, livre iniciativa, verdade e diplomacia - que juntos promovem, e exigem, transparência, algo tão buscado quanto não conseguido, atualmente - repito-me à exaustão.

Salve movimentos espontâneos como o Relacione-se - modelo de ação social que, na nossa área, é a melhor chance de "fazer-se" diferente a articulação da profissão de relações-públicas no futuro!
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