domingo, 30 de dezembro de 2012

Bons professores podem inspirar, de verdade.

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No meu curso de graduação em Relações Públicas, feito na UERJ, no tempo do Instituto de Psicologia e Comunicação Social, entre 1978 e 1981, muitos professores foram inspiradores.

Algumas vezes eu sabia que eram inspiradores, noutras, não. Nem sempre a gente sabe, no tempo presente, o que vai fazer diferença no futuro. E um professor pode fazer diferença em nossa vida.

Letícia Braga de Vicenzi abriu as portas da Sociologia, Aquiles Cortês Guimarães, as da Filosofia - ao lado de Ivair Coelho Lisboa Itagiba Rademaker. Com um forte viés na Psicologia - marca daquela escola, hoje, infelizmente, perdida - tivemos nada menos que 6 disciplinas da área: 2 semestres com Cid Pacheco (Psicologia Geral), 2 semestres de Psicologia Social com Jorge Coelho e mais 2 semestres de Dinâmica de Grupo com Jorge Arthur.

Ainda no "ciclo básico", estudamos Economia I e II com o Prof. Jorge Hélio Santos - também mestre das disciplinas "Teoria de Opinião Pública" e "Técnicas de Pesquisa de Opinião Pública e de Mercado". A Cultura Brasileira nos chegou pelas mãos de José Flávio Pessoa de Barros e o estudo de Problemas Brasileiros, do Prof. Marcos Kiperman. Estatística - disciplina que, absurdamente, não existe mais - foi dada por João Pedro Dias Vieira. Editoração? Um grande mestre: Arthur Tavares Machado.

Os Fundamentos da Comunicação ficaram a cargo de José Henrique de Carvalho e as disciplinas de Mercadologia e de Propaganda com o saudoso Manoel Maria de Vasconcellos. E as disciplinas - todas - de Relações Públicas ficaram a cargo de dois jovens tão diferentes quanto complementares e fundamentais para a inspiração dos futuros errepês: Herbete Barbosa de Moura e Roberto Fonseca Vieira.

Roberto é hoje colega. Inspirou-me às RRPP e à carreira acadêmica. E o Herbete... bem, este era, para mim, o paradigma do errepê competente. Ágil, no pensar e no falar. Articulado e atualizadíssimo com tudo o que estava no noticiário do dia. Politizado. Exigente. Bem humorado e, até, mordaz. Persigo até hoje o seu exemplo, além do de Manoel Maria. Meta árdua chegar onde chegaram no imaginário daquele estudante de 20 anos.

E não é que encontro, "revendo os anos" - coisa bem típica de um dia 30 de dezembro - uma relíquia daqueles tempos, e da autoria do Herbete? Presente da vida, que agora, aqui, compartilho. Feliz 2013!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Telefonia do Brasil Agoniza! Feliz Ano Muito Velho!

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A Grã-Bretanha tem a mesma quantidade de celulares que o Brasil, um território não sei quantas vezes menor, mas 4 vezes mais estações rádio-base - exigência do órgão regulador de lá. 

A nossa - pobre - Anatel, como todos sabemos, foi criada depois da privatização, ou seja, não tem - de fato - poder para regular ninguém que já existia antes dela... 

Pagamos o minuto celular mais caro do mundo, em dólar. E, também, a TV por assinatura mais cara do mundo, em dólar. E, também, a banda larga (larga?) mais cara do mundo, em dólar. 

Quosque tandem, Catilina...? 

As entidades já constituídas PRECISAM entrar com ações no MP contra esses descalabros. Nosso ''cordial'' brasileirinho, pessoa física, jamais se insurgirá. Citando Canclíni: somos consumidores de mais e cidadãos de menos.
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domingo, 16 de dezembro de 2012

Quem viver verá!

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A neutralidade da rede não é uma conquista, mas uma característica primordial da internet. Ninguém a concedeu. Tal atributo foi crucial para a web ser tudo o que é, hoje.

Tim Wu é a voz mais alta na luta pela preservação da neutralidade da rede. Vale a pena ler seu livro "Impérios da Comunicação", recém-lançado em português.

Curioso como os veículos de comunicação (leia-se "patrões") cobram o marco civil da internet e defendem (!) o seu "controle social" - algo a que diametralmente se opõem quando o que está em jogo é o marco regulatório das telecomunicações e o controle social da mídia; coisa que existe em funciona em todos os países desenvolvidos.

É "briga de cachorros grandes": as teles VERSUS as tevês. O Brasil ainda terá o seu 7 de dezembro! Quem viver verá!
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Na Primeira Universidade Brasileira, a UFPR, de 100 anos!

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São essas coisas que a gente aprende vivendo.

Sempre menciono que o conhecimento, organizado no formato "Universidade", é, já, milenar. E, por isso, no Brasil, ainda "bebê". A UERJ, minha Universidade, acaba de completar 62 anos, este mês.

E não é que ontem tive a honra de palestrar na mais antiga Universidade brasileira, prestes a completar 100 anos de fundação, no próximo dia 19? Um privilégio...

E, ainda por cima, falar de relações-públicas como um perfil talhado para o marketing cultural - ou seja, contar a minha experiência e as minhas duas paixões...

Aguarde as fotos...
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Entrevista à TV ABCD, de São Paulo, em 7 de dezembro.


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Entrevista concedida - via Skype - para o programa "ABCD Net News", da TV ABCD, uma webTV (www.tvabcd.com.br), das mais respeitadas do estado de São Paulo, que recebe mais de 1 milhão e 500 mil acessos por mês, tem 82.000 seguidores nas redes sociais e dispara cerca de 327.000 e-newsletters diariamente.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O BRASIL AINDA VAI TER O SEU 7 DE DEZEMBRO - leia - são apenas 4 singelos artigos SOBRE COMUNICAÇÃO, na nossa Constituição Federal, que todo cidadão deveria conhecer!

Constituição da República Federativa do Brasil
Promulgada em 5 de outubro de 1988
Capítulo V - da Comunicação Social:



"Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
    • Código Brasileiro de Telecomunicações: Lei n. 4.117, de 27/08/1962

    • Organização dos Serviços de Telecomunicações: Lei n. 9.472, de 16/07/1997
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde a ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
    • A Lei n. 9.294, de 15/07/1996, regulamentada pelo Decreto n. 2.018, de 01/10/1996, dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, medicamentos terapias e defensivos agrícolas aqui referidos.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e da radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a responsabilidade por sua administração e orientação intelectual.

§ 1º É vedada a participação de pessoa jurídica no capital social de empresa jornalística ou de radiodifusão, exceto a de partido político e de sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros.

§ 2º A participação referida no parágrafo anterior só se efetuará através de capital sem direito a voto e não poderá exceder a trinta por cento do capital social.

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
    • A Lei n. 9.612, de 19/02/1998, institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, e o Decreto n. 2.615, de 03/06/1998, aprova seu regulamento.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, §§ 2º e 4º, a contar do recebimento da mensagem.

§ 2º A não-renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional na forma dos parágrafos anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e quinze para as de televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
    • A Lei n. 8.389, de 30/12/1991, institui o Conselho aqui referido."

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Mais uma guerra anunciada.

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A concepção do Vale-Cultura e da rede de Pontos de Cultura foram as melhores ideias surgidas no âmbito do Ministério da Cultura na gestão Gilberto Gil. 

Os Pontos de Cultura estão aí - são mais de 3.000 instalados e funcionando (cada um dos 5.568 municípios brasileiros tem que ter pelo menos um, de acordo com o projetado e aprovado). 

O Vale-Cultura caminha pelo Congresso Nacional há anos. Seu custo inicial - mesmo para uma implementação parcial (não atingindo a todos os trabalhadores, à base de 50 reais mensais) - seria de 4 bilhões de reais, em 2010, o que significa quatro vezes o maior orçamento do MinC já executado (não adianta brandir promessas - orçamento destinado é orçamento executado, depois de contingenciamentos, incompetências e perdas por inapetência dos próprios proponentes). 

Ou seja, sua aprovação, ou é uma ficção até para seus proponentes, ou é mais uma "guerra" a ser travada em Brasília - parecida com a dos 'royalties' do petróleo e das demais riquezas minerais brasileiras. 

Será necessária MUITA pressão. Quem viver verá. LINK: http://oglobo.globo.com/cultura/vale-cultura-aprovado-no-senado-segue-para-sancao-da-presidente-6942789
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Que carreira abraçar? Que formação escolher?



MENSAGEM AO VESTIBULANDO (repasse para aquele seu amigo ou conhecido que está em dúvida, ainda, sobre escolha de formação):

POR QUE ESCOLHER RELAÇÕES PÚBLICAS ?

Quando se chega às portas do ensino superior, vem sempre aquela dúvida sobre carreira profissional.

Se você é apaixonado por comunicação,

Se você se interessa por negócios e empresas,

Se você é uma pessoa dada ao diálogo e à conciliação,

Se você é um crítico de organizações pouco transparentes,

Se você é um consumidor atento e quer fazer valer os seus direitos.

Escolha a carreira de relações-públicas.

Você estará imerso em comunicação, lidará com pessoas e organizações o tempo todo, e mais:

- Terá escolhido uma profissão regulamentada - a única no campo da Comunicação Social -, ou seja, estabelecida no Brasil inteiro sob o Sistema Conferp-Conrerp e um Código de Ética Profissional.

- Terá escolhido uma formação que o habilitará a atuar em múltiplas funções; do atendimento a clientes ao marketing de produtos e serviços; do relacionamento com diversos públicos à pesquisa de opinião e de mercado; da ouvidoria à construção e manutenção da imagem de pessoas físicas e jurídicas, tanto em organizações governamentais quanto empresariais ou da sociedade civil.
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

AMAR MUITO TUDO ISSO.. NÃO TEM PREÇO!

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Neste 3 de dezembro, na UERJ, no mesmo lugar onde há 34 anos ingressei como aluno do curso de graduação em RRPP, tive um sentimento parecido com 'dever cumprido'.

'Parecido' porque não considero concluída toda a missão que há para cumprir neste estado em termos de resgate das Relações Públicas, mas porque presenciei algo inédito - desde meus tempos de estudante - e que há apenas três anos atrás seria impensável: um evento comemorativo da data nacional das RRPP 'assinado' em conjunto por um movimento (na UERJ surgido!) - o Relacione-se! -, a FCS/UERJ, e o Conrerp/1a Região.

Bom sinal. Bom saldo de uma gestão penosa mas gratificante que se encerra daqui a um mês - e da qual orgulho-me de ter participado, ao lado de Alexandre Coimbra, Claudio Cotrim, Andrea Pestana, Marcelo Ficher, Alvaro Magalhães, Ricardo Benevides, Nicolau Maranini, Renato Möller, Heloiza Reis, Ilza Araujo, Maria Helena Carmo, Fabiana Pinto e Fernando Costa.

Os tempos estão propícios para mais e novas empreitadas. Sucesso é o que desejo aos 'novos' conselheiros Lala Aranha, Muriel de Paula, Mary Anne Sá, Fernanda Resende, Juliana Aoki, Bianca Corrêa, Luiz Fabiano Nericke, Denise Töpke, Francine Tavares, e aos atuais conselheiros que permanecem; Andréa Pestana, Nicolau Maranini, Heloiza Reis, Ilza Araújo e Renato Möller.

Este sentimento feliz não esquecerei jamais! [Na foto: Muriel de Paula, Ellen Rodrigues - uma das ganhadoras dos livros sorteados ao final do evento - e Marcondes Neto].
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domingo, 2 de dezembro de 2012

Mais uma dos jornalistas "criativos", sem emprego: "jornalismo de marcas" (sic).

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No dia nacional das relações públicas, mais do mesmo naquele mercado prostituído da comunicação empresarial... 

Na falta total de espírito empreendedor, de carência absoluta de noções de marketing e de nem sinal de inconformidade com o status ridículo do mercado de comunicação jornalística no Brasil atual, os coleguinhas não sabem mais o que fazer para conseguir trabalhar - até fazer o que não planejaram, não gostam e não chamam pelo nome correto: relações públicas. Fui consultor na Petrobras (já contei essa estória no Blog:http://marcondes-at-blog.blogspot.com.br/2009/09/nota-reveladora-do-conflito-de.html) e presenciei "a febre". Um informe da diretoria "x", característico veículo de comunicação interna (algo com que nem um estudante de jornalismo sonha - pelo contrário, se sonha é pesadelo), quando entregue a um "velho homem de imprensa (a "minha" versão testemunhal de um Agamenon da vida) não demorou muito em ter seu nome mudado para "Jornal da x", com editor-responsável (uma invenção "para-legal" dos jornalistas para garantir espaço), "repórteres" (o editor-chefe insistia em me designar assim), "apuração", entrevistas com gravadores (que intimidavam os executivos) e a proibição de mostrar a matéria pronta à fonte (um pecado! - segundo o Mendes Pedreira). Uma das razões de ineficiência e politicagem da Petrobras é que a empresa transformou-se no maior empregador de jornalistas do país, os quais regozijam-se quando podem traficar informações. Um camarada lá, concursado, que só tinha como trabalho cuidar do meu contrato (e de "n" outros), atendeu a IstoÉ uma vez, na minha frente, com as pernas pro ar dizendo: - tô pegado aqui, irmão... tá muito pegado aqui, cara! Um tiro certeiro na "grande" mídia, mas também no pé desse pessoal foi a criação - genial - do blog "Fatos e Dados" - e a comunicação da Petrobras com seus públicos nunca mais foi a mesma. A empresa passou a não depender mais da mídia para "falar" com os "stakeholders" (coisa que para a maioria dos estudantes de jornalismo soa algo como "o pessoal que ficou de levar a picanha fatiada ao churrasco).

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/jornalismo_de_marcas_a_nova_estrategia_de_relacoes_publicas
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