sexta-feira, 29 de março de 2013

Há quem aposte no fim das RRPP... eu discordo.

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De um jeito ou de outro, o Brasil avança... apesar dos piores índices de leitura - do analfabetismo funcional - e de... saneamento básico! 

Senão pela inteligência, pelo menos pelos modismos globais e globalizantes, relações públicas passarão a ser corriqueira denominação daquilo que são - estratégia e táticas de divulgação - como o são no mundo todo, e com a qualidade de, aqui, ser uma profissão regulamentada e área entre as mais produtivas em termos de produção acadêmica no âmbito das ciências sociais aplicadas. 

No momento - sinal indiscutível - uma errepê dirige a ECA/USP. Sempre houve detratores. Sempre haverá. Mas o que foi e continua sendo objeto de interesse de tantos, continuará sua trajetória, sua construção - simplesmente porque isto denota um processo, a meu ver desejável e irreversível - de civilização e de sofisticação da vida em sociedade, além de avanço na governança das organizações (e da demanda por satisfações que essas têm que prestar). 

A menos que, em dado momento, se resolva desregulamentar de vez o mercado de trabalho, adotar-se oficialmente o vale-tudo... (há quem considere a China o máximo...). Aí, nesse caso, de fato, já por volta de 2023 - uma década, talvez menos - estaremos, no Brasil, "bárbaros"!
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sexta-feira, 15 de março de 2013

Concordância? Tem, mas acabou...


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Concordo com o mestre Wilson da Costa Bueno que é necessário, ainda e sempre, "bater na tecla" do quê seja "comunicação integrada", mas...

Discordo deste seu artigo, publicado em 11/03/2013 no Portal Imprensa, em dois pontos que exponho, com todo o respeito:

Primeiro: dizer "que ninguém é educado a fazer comunicação integrada... ficam todos nas suas caixinhas... jornalistas, publicitários, relações-públicas...", ora, como o próprio autor reconhece, a expressão "anda por aí" há muitos anos... e dita por quem? A errepê Margarida Kunsch - decana das RRPP no Brasil. Ensina-se - eu o faço há 27 anos ininterruptos - comunicação integrada nos cursos de graduação e pós em Relações Públicas e em Comunicação Organizacional / Empresarial.

Segundo: se há alguma coisa que diferencia a nós, errepês, e mesmo justifica a existência da profissão (e da formação específica) é a nossa intenção - sempre presente, no mercado e na academia - de integrar recursos, mensagens, linguagens, instrumentos e públicos. Integrar (buscando harmonia - vide epígrafe do site RRPP.com.br) é nossa missão precípua, aliás - e justamente por isso tão difícil e tão incompreendida. Somos uma espécie de "Francisco na Cúria Romana".

Por último, consistente com o que defendo em meu livro "Relações Públicas e Marketing: convergências entre comunicação e administração", vale lembrar que o conceito que Margarida Kunsch trouxe para o Brasil tem origem estadunidense e atende pelo nome de "integrated marketing communications" - ou seja, comunicação integrada ao marketing. Não a mera comunicação mercadológica, que Kunsch classifica em seu composto da C. I. junto à interna, a administrativa e a institucional, mas a comunicação de um marketing como Peter Drucker o define: "nunca um departamento, mas uma filosofia que permeia toda a organização".
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quinta-feira, 14 de março de 2013

HABEMUS PAPAM!

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A escolha do nome adotado como Papa - Francisco - diz muito sobre a tarefa a cumprir doravante.


Para entender o desafio de Francisco em Roma, vale a pena ver pelo menos duas cenas do filme "Brother Sun, Sister Moon", de Franco Zeffirelli (que é uma obra-prima): o seu encontro com o Papa de sua época, Inocêncio III, e as sequências de reconstrução da semi-destruída capela de São Damião - metáfora perfeita da tarefa que o novo Papa tem pela frente. Boa sorte, Jorge Mario Bergoglio!
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domingo, 10 de março de 2013

Extinto o cargo de "ombudsman" do Washington Post.


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Vivemos um tempo de "mais com menos". Irrecorrível. A financeirização, de tudo, obriga.

E as cabeças - de engenheiros - à frente de todas as organizações, operam o "milagre da multiplicação dos dividendos sempre crescentes para os acionistas".

À custa do quê? Do emprego, da qualidade dos produtos e serviços, da dignidade humana!

Podem escrever: o cargo de ombudsman do Washington Post foi extinto porque era "caro" demais. E isto acontece também na redação. E não só lá longe, mas aqui também. Os jornalistas mais graduados são convidados a se retirar e quem faz o jornalão é uma penca de novatos ajudados (ou será atrapalhados?) por três pencas de estagiários. Explorados, subempregados, em estágios "eternos".

Pobre jornalismo. Pobre cidadania.

Vale a pena, como sempre, ouvir Mino Carta.
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quarta-feira, 6 de março de 2013

Chaves para entender Chavez.

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Uma outra opinião.

Para tentar compreender melhor o venezuelano fenômeno Chavez, personagem que ontem se foi, recomendo uma maratona... na verdade uma trilogia cinematográfica antes de se crer no que publicam os jornalões brasileiros [que, todos, apoiaram a posse do arenista/pedessista José Sarney no lugar do não-empossado Tancredo Neves, morto em 1985]:

"A revolução não será televisionada", documentário de Kim Bartley e Donnacha O'Briain sobre sobre o golpe ocorrido na Venezuela em 2002; "Missing", de Costa-Gavras, sobre o "colaboracionismo estadunidense" em golpes na América Latina e "Pra frente Brasil", de Roberto Farias, sobre o ilusionismo midiático e seu efeito "anestésico".

Depois dessa sessão tripla a gente conversa.
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domingo, 3 de março de 2013

Adorno não é enfeite... (*).

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Só no Brasil se dá o monopólio da comunicação (mancomunada com o poder, sob qualquer cor partidária) como predisse Orwell, em sua ficção "1984".

A legislação de 1962 está podre de velha. É do tempo em que nem existia a expressão "marco regulatório"...

A tese de quem detém o monopólio das mentes (porque possui o da propaganda: dos anunciantes e das agências) contra qualquer regulação é confundir liberdade de expressão (um atributo primordial do jornalismo... e da democracia) com liberdade de produzir entretenimento (que é o que fazem com 90% do tempo e do espaço) de baixíssimo nível cultural, desrespeitando completamente o que está escrito na Constituição Federal em seus Artigos sobre "Comunicação e sobre Cultura".

O Ministério da Cultura nem um partido quer, porque não tem dinheiro e significa moeda de troca para arranjos políticos, mas o Ministério das Comunicações (que cuida de antenas, tomadas e cabos), o PMDB não larga desde ACM.

Enquanto jornalistas, publicitários, relações-públicas, radialistas, cineastas não tomarem a comunicação como um tema seu, uma legislação que lhe interessa diretamente, viveremos nesse bárbaro meio e lá por 2030 estaremos brandindo clavas diante de telas de 100 polegadas...

(*) Nome de uma chapa que certa vez concorreu ao Centro Acadêmico da Faculdade de Comunicação Social da UERJ.
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