segunda-feira, 29 de abril de 2013

Da série "Podbre Brasil".

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O inefável IBOPE - que de "instituto" e de "brasileiro" só tem alcunhas - deixa cadernos de pesquisa no domicílio do "entrevistado" e vem buscar dias depois.

Aí, o "entrevistado", que adora frango, reponde que come sushi; o que tem 3 carros a diesel, declara que "anda" de Metrô; e o que tem o ensino médio incompleto, declara pós-doutorado na Sorbonne.

Para completar a malfadada sigla, "pesquisa de opinião" são letras mortas, porque escolhidas "a dedo"; e a "estatística" posa de séria - sem ser -, uma vez que as agências de propaganda avassalam os nossos "executivos" de empresas anunciantes com mil tabelas e aritmética tosca (gerentes de marketing e comunicação fogem da matemática como a Globo fugia do Brizola), a eles incompreensíveis - o que "vale" é estar na telinha -, mas compram mídia (a mais cara do mundo, em dólar), isenta de impostos (!), em troco de festinhas, prêmios fake, uísques, viagens e garotos(as) de programa.

Mais uma vez... como escreveu Decio Pignatari: - Podbre Brasil !
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domingo, 28 de abril de 2013

JEQUITI e o contrabando.

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Na última madrugada de sábado, numa "zapeada", parei no SBT - coisa rara - e assisti um episódio da série "Two and a half men", de que gosto, mesmo dublada.

Aí, deparei-me duas vezes, durante o episódio, com o "contrabando" de inserções subliminares dos inefáveis produtos Jequiti.

Um crime.

Confesso que não sei mais, hoje, com o cipoal de leis, decretos, portarias e afins que contribuem para a nossa mídia aberta ser o lixo que é (a "fechada" não fica muito atrás), qual é a qualificação jurídico-legal para este tipo de ação, mas há muito tempo sabe-se que é daninha e criminosa a prática de inserção subliminar no cinema e na TV.

Legislação podre de velha.

Você usa um automóvel de 1962? Sua geladeira é de 1962? Seu relógio de pulso é de 1962? Quantas coisas de 1962 ainda circundam você, além de sua mãe, seu pai...? Pois o Código Brasileiro de Comunicações data de 51 anos atrás... 51! - uma péssima ideia!

Inserções subliminares são fotogramas, ou quadros (acredito que 3, no máximo), expostos por menos de 1 segundo, que, inconscientemente, ficam "impressos" em nossa mente, quase que sem nos darmos conta. Parece um flash, um defeito da transmissão, um "fantasma", um "chuvisco", um bug. Mas não é nada disso. É ação criminosamente intencional, que precisa ser combatida.

Não com a regulamentação e os "reguladores" atuais. Não com esse ministro das Comunicações - uma das maiores decepções do governo do PT, entre as muitas outras (e está difícil sobrar alguém que não o seja).

Como publicou, certa vez, Decio Pignatari: "Podbre Brasil".
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sábado, 27 de abril de 2013

ESCÂNDALO!!! Filho de César supera o pai e repete o castigo à OSB!

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N'O Globo de hoje, a matéria de primeira página: "Prefeitura do Rio retira seu patrocínio à Orquestra Sinfônica Brasileira".

O "imbroglio" é antigo, mas o enredo rende "novelas" para as 6, as 8 e as 24 horas. César - há mais de década - já havia enganado a população alardeando - sem qualquer base legal ou contratual - que a malfadada Cidade da Música (que os taxistas, sabiamente, chamavam de Cidade Sem Música) seria a "sede" da OSB e com esse papo (e mais um "orçamento" de módicos R$ 80 milhões) transformou uma área livre, pública e cuidada (que "n" vezes serviu ao lazer de milhares de pais e filhos - em que me incluo) num monstruoso monumento à sua vaidade, a um custo decuplicado, e inviável de ser mantido por QUALQUER das toscas instituições culturais brasileiras, muito menos a (sempre de pires na mão) OSB.

Cadeia e confisco de seus imóveis e automóveis (inclusive táxis) seria o recomendável a pai, filho, e espírito porco que tomaram essa cidade, em assalto.

P. S.:

VIVA A DIFERENÇA! 

Certa vez este senhor foi inaugurar uma praça, em torno da qual eu residia.

Precedido por uma frota de SUVs particulares de observação, mandou saber "se tinha gente" para ele, então, "chegar". Quando duas dúzias de cidadãos crentes (ou otários), ou meramente curiosos pelo movimento atípico na manhã de sábado (com direito a chamada de alto-falante, música estridente e batidas nas nossas portas) foram à rua, viram sua excelência chegar dizendo:

- Político gosta de palma. Bate palma p'ra mim... e tratou-nos como uma "comunidade" carente de serviços.

FAZ DIFERENÇA! 

Depois descobrimos que a praça não existe formalmente, embora esteja lá (hoje toda destruída porque, não existindo, não recebe manutenção) e tenha custado - segundo folder distribuído -, cerca de R$ 500 mil.

Um amigo, servidor de carreira da prefeitura, em visita ao local, asseverou-me:

- O custo desta obra não passa de R$ 100 mil...

Onde será que foi parar a diferença?
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domingo, 21 de abril de 2013

CULTURA MAJESTÁTICA! A gozada ministra relaxada.


Desta "majestade" depende a política pública de cultura do Brasil...

Plano inclinado é isto; começa com Gil e acaba em Marta. Pela reintegração - já - da Cultura ao Ministério da Educação, que, aliás, nunca deixou de ser MEC. 

A falsa sinonimia entre economia da cultura e economia criativa, única "novidade do MinC na gestão pós-Lula, reside na superposição de demandas - de recursos, de públicos, de políticas. E aponta para o (risco do) deslocamento da atenção - e de incentivos - das (rarefeitas, toscas, frágeis) políticas públicas de ação cultural (para o livro e a leitura; para o teatro, a dança, o circo e a ópera; para o cinema; para os museus; para a música instrumental e de concerto; para o patrimônio material e imaterial e para o folclore) para setores rentáveis e auto-sustentáveis como a arquitetura, o "design", a moda, o turismo, os "games", a gastronomia e a... mídia! 

Na cultura, "lato sensu", tudo é criação humana, mas fazer política pública de ação cultural requer coragem de fazer escolhas e incentivar o que precisa ser incentivado. Ou continuaremos a dar benefícios fiscais (dinheiro público; seu, meu, nosso) para Cirque du Soleil, Coca-Cola Vibezone, ringtones, blogs e ONGs de fachada? 

Só não pode deixar de incentivar, com o vale-cultura, o "consumo" de produção brasileira, porque, senão, o "cinquentão" - assim Marta se refere ao valor mensal - vai todo para DVDs de Homem-Aranha, Homem-de-Ferro, Homem Invisível, Homem-Elefante... e quem vai se beneficiar do "benefício", além de Hollywood, é o... Lemann, controlador das Lojas Americanas, maior revendedor de DVDs do país. 

O Brasil tem cerca de 2,5% do PIB mundial, 1% do comércio mundial, mas só 0,25% de participação no mercado de arte mundial. Há, pois, muito a percorrer.

ACESSE ESTE SLIDE. CULTURA, PARA A UNESCO, DEVERIA TER PELO MENOS 1% DOS ORÇAMENTOS. NO BRASIL, INVESTIMOS 0,06% EM 2010.
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quinta-feira, 18 de abril de 2013

"BRASIL, país COM miséria cultural".



A insignificância da Cultura no orçamento da União - o executado, que é o que interessa -, em 2012, é prova cabal desta grave realidade.
A UNESCO recomenda às nações pelo menos 1% de investimento anual em cultura, sob o risco de "perda de identidade cultural".
Em 2012, pior ano da história do malfadado MinC, aquele da ministra gozada e relaxada, o Brasil investiu apenas 0,08% de seus gastos.
Conclusão: não interessa, absolutamente, aos governantes - aos atuais e aos que os antecederam -, o desenvolvimento cultural do povo.
 

Lei retira exigência de mestrado e doutorado para professor nas Universidades Federais.


LINK PARA A MATÉRIA DA FOLHA DE S. PAULO

Apesar do imbroglio costumeiro - o governo oscila - esta medida, que "desengessa" a liderança dos departamentos/faculdades, traz alguma esperança de bom senso na admissão à carreira acadêmica nas IES públicas.

Algumas áreas de saber e de fazer, como a minha, da Comunicação, por exemplo, preconizam disciplinas ditas "práticas" (digamos, à base de 50% dos currículos) que não podem prescindir de quem tenha, efetivamente, conhecimento "de mercado". Não teórico, tipo "imagine, ali, um teleprompter", mas prático.

É claro que a formação em nível superior não quer formar mais um técnico, apenas - mas, antes, um técnico que reflete sobre sua prática, com potencial para mudá-la, aperfeiçoá-la e, até, um dia, quem sabe - foi o que aconteceu comigo - interessar-se em estudá-la mais a fundo, pesquisar sobre ela, tentando inovar (palavra de ordem), e tornar-se um "acadêmico".

Entrei para a UERJ como Professor Auxiliar, que é o nível que exige graduação e/ou especialização. E a minha vida - com o apoio da própria Universidade - encaminhou-se para um mestrado (ainda trabalhando "fora", no tal do "mercado") e um doutorado, aí já como um acadêmico 'full time'... que é a minha condição atual.

Fui voto vencido em muitas ocasiões em que defendi a contratação de professores auxiliares ou assistentes (com mestrado) ao invés de só adjuntos (com doutorado) - o que se tornou a regra, nas IES estaduais e federais - para o detrimento da formação de jornalistas, relações-públicas, publicitários, produtores editoriais e culturais, e radialistas, na minha opinião.

Infelizmente, hoje, o que acontece nas universidades públicas, é que a graduação está "terceirizada" a 'outrem', pois os professores efetivos não dão aulas nos bacharelados (ou o fazem no mínimo possível, embora imoral). Cheguei a "chefiar" um departamento com uma equipe composta por treze professores efetivos em sala de aula: seis efetivos e sete substitutos, e 60% das turmas-disciplinas lecionadas por docentes não-uerjianos. Algo grave, a meu ver.

Restringir, somente a doutores, o condão de formar nossos futuros profissionais sempre foi - na minha opinião, friso - um equívoco que exigia mudança. Não pode ser uma mudança "burra", óbvio, fazendo uma reviravolta de 180 graus e passando a radicalizar no foco contrário, ou seja, "impedindo" mestres e doutores - o que seria outro, talvez maior, absurdo.

Que o bom senso prevaleça e possamos ter, nós, professores adjuntos, ao nosso lado, nas salas de aulas, assistentes e auxiliares comprometidos com a formação de futuros colegas, nas nossas profissões "de origem".

No meu caso, sou professor universitário, mas nunca deixarei de ser relações-públicas.
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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tem grana para o artista? Tem... mas acabou. Entregamos ao "designer".


- Marcondes, gostei muito da matéria. Você não é apenas um pesquisador, mas um crítico do processo como um todo. Parabéns!

Indiscreto, publico a gentil mensagem recebida de Rosane Carvalho, museóloga, colega relações-públicas e também colega especialista em marketing cultural, só para dar visibilidade à minha réplica:

Grato, Rosane! Infelizmente... gostaria de ter conquistas e coisas boas para comentar e propagar, animando mais gente a vir para o campo, mas nossas "autoridades", em todos os níveis, são lastimáveis no trato das coisas da cultura.

Na conversa com o - excelente - jornalista, muito mais foi falado, mas infelizmente a mídia de negócios (leia-se editores) prefere dar mais espaço para matérias de moda, comportamento, games, vinhos e gastronomia (todos setores da Economia Criativa, sim, mas que em nada contribuem para a Economia da Cultura que pesquisamos - livro, teatro, museus, cinema e música). Ao contrário, com essa nova "visão", aquelas retirarão dessas polpudos nacos dos já mínimos recursos das belas artes (o orçamento do MinC, em 2012, foi de 0,08% - quando a UNESCO recomenda 1%).

E tome gringos Homem-Aranha, Homem-de-Ferro e Homem-Elefante com o brasileirinho (do seu, do meu, do nosso bolso) "cinquentão" (como a ministra gozada e relaxada se refere ao vale-cultura) mensal.
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terça-feira, 16 de abril de 2013

Menos economia de cultura. Mais Economia da Cultura.


Todo esforço de uma assessoria de relações públicas (e bota esforço nisso!) gera resultados a longo prazo. Podem ser, num determinado momento, tímidos, mas só quem faz sabe o por quê. As matérias "caem", o espaço encolhe por causa do anúncio de última hora, surge uma "buemba"...

É uma espécie de "cadeia de milagres", mais ou menos parecida com aquela que garante que uma pessoa comum ache um "tijolinho" de divulgação no jornal (1), se interesse (2) e se disponha a ir ao teatro e pagar aquele ingresso (3), não seja assaltada no caminho (4), não boie na enchente (5), não brigue com o flanelinha (6), não tenha seu pé pisado por um lutador de MMA na fila (7), e sente-se razoavelmente - não atrás de um jogador de basquete - para assistir o espetáculo (8). E ainda esperemos que esse cristo chegue são e salvo à casa (9), tenha gostado e fale bem da peça aos amigos (10)!

Essa matéria no Valor Econômico é a "medalha de ouro" que, às vezes, vem. Ela não é minha. É da assessoria.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

10 anos à frente, 20 anos atrás, 100 anos de servidão.


Por conta de uma banca examinadora de mestrado de que fiz parte, tive contato com a Teoria Institucionalista de Douglass North.

Esse economista estadunidense, na contra-mão absoluta entre seus pares, pregou que as "decisões econômicas devem-se menos à econometria que à cultura dos decisores"... e que tal caldo cultural deve-se à solidez das instituições que forjam os cidadãos e seu meio...

Ora, se permanecermos, no Brasil, neste samba-de-uma-nota-só que mediocriza tudo, ao vivo e em cores, sem contraponto civilizacional ao mindset favelizante da novela das nove, em 2023, daqui a 10 anos, estaremos... bárbaros!

E. T.: Há 20 anos, apesar de maverick, Douglass North ganhou o prêmio Nobel de Economia de 1993. Ele nunca foi traduzido/publicado no Brasil.
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sexta-feira, 5 de abril de 2013

VALE A PENA VER, OUVIR E LER!

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É PARTIDÁRIO. MAS É, TAMBÉM, GAÚCHO. Por conta dessa 'soma zero' em termos maniqueístas, vale a pena ouvir desapaixonadamente um posicionamento claro, objetivo e necessário sobre o tema "liberdade de expressão no Brasil", hoje.
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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Às favas com os escrúpulos de consciência... ao redigir uma peça publicitária...


ANUNCIANTE, já teve publicada a sua asneira de hoje?

Não sei não, mas a propaganda está precisando de uma ajudinha "de fora" para evitar besteiras e o consequente "mico" dos clientes. Vamos combinar que a "aprovação" que o gerente ou diretor dá ao anúncio (que o coloca nos palcos, junto com o publicitário, recebendo prêmios), não é objeto de muita reflexão. É tudo "pra ontem". Quem vai ser louco de "reprovar" o anúncio prontinho, "filmless", que já está pronto para entrar na rotativa do veículo, para a edição de amanhã? - Só porque ele é péssimo?

- Ah, o povo não sabe ler mesmo... 

ISTO ME VEM À MENTE quando deparo-me com duas verdadeiras "pérolas" numa só edição - a de hoje - d'O Globo:

(1) Anunciante: Hipermercados Extra (agora sob nova direção). Anúncio de... 4 páginas!!! Qual o mote? Criação do Shopping Mercado... deve ser a nova direção - francesa - da casa que faz seus publicitários derraparem impunemente no inglês e no português unidos para sempre nessa asneira sem tamanho.

Como picha aquele movimento, "shopping mercado é o cacete".

(2) Anunciante: X3M Sport Business (deve ser uma empresa com controle estrangeiro, que nem o Extra). Qual o mote? Está lá: "a X3M é uma empresa de negócios esportivos que busca a integração das 3 áreas essenciais para o desenvolvimento de um projeto de sucesso - Mídia, Marketing e Management...".

Ai, ai... talvez o controle desta empresa seja francês, ou italiano, sei lá, alguém meio avesso ao idioma do bardo Shakespeare.

Marcondes@Blog adverte: asneira publicitária faz mal à saúde mental... e ao bolso: do anunciante, da agência e dos pobres leitores.
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