quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Um novo tempo...

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As novas diretrizes curriculares nacionais para a graduação em Relações Públicas, expedidas pelo MEC, encerraram o ciclo da "Comunicação Social" iniciado na ditadura. 

Para controlar as mentes, Radialismo, Jornalismo, Cinema, Propaganda, Editoração, Biblioteconomia e Relações Públicas foram aprisionadas como "habilitações" sob um mesmo "guarda-chuva". 


Ao invés de "irmãs", as áreas - sempre separadas, divorciadas desde os bancos escolares - enfraqueceram um setor estratégico e inibiram o pensamento crítico, a livre iniciativa e o próprio exercício da democracia e do direito à informação e livre expressão. 


A partir de agora, cada área é dona de seu próprio destino e acredito que os futuros cursos de Relações Públicas nascerão no âmbito das escolas de Negócios - de onde nunca deveriam ter sido extraídos. 


No início, antes da violência, nossos títulos de autores fundamentais - como Canfield e Whitacker Penteado, pai - foram publicados pela "Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios" e o parecer fundador da área acadêmica recomendava a criação do bacharelado nas faculdades de Administração.


Estamos livres, agora, para voltar às origens, e deixar o segmento da comunicação, onde Relações Públicas nunca tiveram o destaque merecido, sendo sempre vampirizados pela tosca simplificação do ensino de jornalismo e de propaganda no país - cursos periféricos formando técnicos (e consumidores perfeitos) para a periferia das decisões que interessam à economia, à sociedade e à cidadania, individual e empresarial.

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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Bacharelado em Relações Públicas na Berlinda. Intenções nada republicanas.

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Em 8 de novembro último, nas dependências da ECA/USP, a comunidade de dirigentes de entidades de classe e coordenadores de cursos do campo das Relações Públicas esteve presente em um encontro (forum) que pretendia discutir das diretrizes curriculares nacionais para os bacharelados em Relações Públicas.

Pretendia, sim. Mas não conseguiu.

O forum - infelizmente - não foi forum. Apresentou-se o que já se conhecia antes, por um tempo longo, o qual, dispensado, podia ter permitido a antecipação de uma mais rica discussão de questões.

Houve lamentos por "crise" de demanda (!) e nem uma sugestão (exceto a minha - voltada a levar, permanentemente, todo santo ano, o que são relações-públicas e o que sabem fazer a quem contrata ou sugere contratar: os head hunters) para atacar o problema.

Um evento de errepês - meritório, sem dúvida - mas sem o melhor das RRPP: networking, troca, contato. Nem o indefectível, e esperado (e necessário) "café breque" houve. Ou a parada para um retoque no make up. Desconfortável.

Que o próximo - afinal este deixou um inevitável gosto de "quero mais" - tenha mais forum e menos explicação de Power Point. E que se explique por que em plena época de aceleração da História, optou-se por estender um currículo de gradução, aumentando sua carga horária de 2.700 para 3.200 horas?

Não leve a mal minhas críticas, caro internauta - é mais um desabafo de quem, antes do forum, amargou 7 horas num ônibus e outra num táxi. Adorei conversar com os colegas de quem consegui chegar perto antes que fossem embora a partir da segunda hora do evento.

"É plenamente aceitável que cidadãos não gostem de política. Mas estes terão que contentar-se com o fato de serem governados por aqueles que gostam". Platão. 

Mas estou convencido, depois de 35 anos de envolvimento com a área (comecei meu curso de Relações Públicas em 1978), que nosso presente foi influencidado decisivamente - não pela Lei 5.377/1967 -, mas pelas lideranças que - mal - escolhemos.

Uma plêiade de oportunistas "agarrou-se" à nossa profissão desde o seu início "oficial", diferentemente do mote do grupo da criação, muito antes, em 1954, da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) - celeiro de idealistas.

Picaretas de toda ordem traficaram com a profissão e chegaram até a vender registros, aproveitando as brechas da lei e a ignomínia do "provisionamento" profissional. Algo perecido com o que ainda hoje, fazem alguns colegas jornalistas, tratando de "registros" tipo DRTs e MTBs - atribuindo a patrões o condão de "formalizar oficialmente" sua profissão.

Duas gerações de pilantras dominaram os espaços formais de relações-públicas, emudecendo a minoria de abnegados errepês "de verdade" - aqueles comprometidos com o tripé da área: ambiente democrático fundamental, uso da informação verdadeira, factual, e o exercício da transparência - mesmo nas crises.

Em São Paulo e Paraná, a renovação veio pelas mãos de Elaine Lina; em Minas, Espírito Santo e Bahia, pela diligência e paixão de Valdeci Ferreira; e no Rio de Janeiro, mais tardiamente, pela coragem de Alexandre Coimbra, no enfrentamento de uma das piores crises do Sistema Conferp-Conrerp.

Hoje, infelizmente, a 2a. Região também sofre com descalabros, no caso protagonizados por terceiros, durante a segunda gestão de Elaine Lina. As queixas-crime já estão na rua e a verdade há de prevalecer e restabelecer a honorabilidade daquela que foi - por aclamação de todas as regionais, em Brasília - escolhida para renovar também o Conferp, em 2012.

Pior, porém, é termos tido - presentemente - a ação direta de pessoas que não têm interesse algum em desenvolver a área. Antes, em exterminá-la. Ex-profissionais (ou nunca-profissionais) que, claro, não se dedicam genuinamente à profissão, ou que criaram subterfúgios pseudo-legais e "científicos" - problemas com o reconhecimento de um curso de graduação em Brasília, de "Comunicação Organizacional", emergiram na reunião da USP, constrangedoramente.

E jornalistas disfarçados de errepês querem impor um papo de "mestiçagem" do perfil de um "comunicador em organizações", em plena vigência de uma separação (que ajudaram a construir!) das áreas, agora, pelo MEC. Por que não lutaram pela volta da "polivalência" do diploma (que é o que o mercado pede) em sua plenipotente comissão de especialistas?

Quem viver verá sacripantas chorando no funeral da profissão que hoje fingem defender. E, depois, longe das vistas, ao champagne!
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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A César o que é de César...


CONCURSO DO STJ (que é uma Corte e não um veículo de comunicação) quer publicitários e jornalistas (com "registro" na DRT...).

ESSE NEGÓCIO de DRT, MTB, é engodo! É artifício usado para provisionamento profissional (que não existe mais!), e valeu como escudo para jornalistas na ditadura (que acabou há 25 anos!).

REGISTRO só existe para profissão regulamentada (jornalista não é, nunca foi!). As funções listadas no edital estão todas na Resolução Normativa Conferp 43 (2002). STJ não é veículo de comunicação e - portanto - não tem que fazer "cobertura jornalística" alguma.

Temos que partir para cima desses falsos "veículos". Se todos os entes públicos passarem a chamar seus setores de comunicação (empresarial, organizacional etc. e tal), de "Jornal", "Rádio" ou "TV", como fazem o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, errepê algum JAMAIS vai conseguir trabalhar.

Os caras "fabricam" empregos de "jornalismo", iludindo a população de que jornalismo fazem. E produzem comunicação "chapa branca" que, aliás, os coleguinhas - quando na imprensa - picham. A comunicação desses órgãos é função de relações-públicas (em qualquer lugar do mundo!). Os "coleguinhas" fazem isto porque empregos para jornalista (de repórter, editor, redator, revisor, articulista, crítico, colunista etc.) não os há mais surgindo na mídia - que só encolhe e "emprega" estagiários, "frilas" e PJotas. E eles não sabem empreender, criar seu próprio trabalho, como nós errepês fazemos desde sempre.

Acabou o tempo da política d'O amor, do sorriso e da flor. Agora, é pau, é pedra, é o fim do jeitinho!
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