segunda-feira, 24 de março de 2014

Se a gente fizer o convite lá... bem longe... talvez cole.

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A cara-de-pau - parece - eleva-se ao grau de doença crônica em todos aqueles que assumem qualquer cargo público executivo no Brasil.

Passam a ter direito a "viaturas" (e respectivos escravos-motoristas), cartões corporativos, lugares "VIP" etc. etc. etc.

Como se não bastasse, esses altos "executivos" acreditam que todos os que os rodeiam os admiram e estão prontos a aplaudi-los, mesmo quando produzem absurdos.

Foi, por exemplo, o caso da namorada de Lula, Rosemary - todo-poderosa secretária da presidência da República em São Paulo -, que "emplacava" amigos como "conselheiros" em agências reguladoras federais...

Foi, também, caso dos gênios do MEC que produziram este (veja link) cúmulo de desfaçatez "contra" a UFRRJ - o qual deve ser propagado, combatido e denunciado ad nauseam.
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quinta-feira, 20 de março de 2014

Mais uma jabuticaba...

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Se um artigo quer ser mesmo "científico", cuidado com o uso do termo "endomarketing", porque - academicamente - isto não existe. Surgido em 1995, não tem significado em inglês - idioma em que supostamente se funda - e não foi objeto de construção teórica no âmbito acadêmico-científico. É uma "logomarca", "brasileira", apesar do nome "gringo", registrada por seu autor no INPI - Saul Bekin -, o que dá autoria e propriedade ao criador do termo, mas não dá legitimidade ao "conceito" de construto de "conhecimento" teórico.

Tupiniquins adoram...

Endomarketing existe só na 'praxis' de quem adota o conceito, sejam estudantes, leitores dos livros que ostentam o termo e, até, professores que difundem algo sem base acadêmica, o que é uma lástima - só mais uma "moda" que pegou. Seria melhor utilizar as inúmeras publicações - de real valor científico - sob a égide "Comunicação Interna" (207.000 entradas no Google Acadêmico).

Usar termos como este é algo válido no meio executivo, porque este ambiente - lamentavelmente - não presta muita atenção na Academia, no Brasil - o que considero falha grave das organizações. Essa doença, infelizmente, vitima muitos brasileiros de boa-fé que pensam que é sério, e verdade, tudo aquilo que vem grafado em inglês e cujo autor tenha sobrenome estrangeiro.

Marketing orientado ao público interno - isto sim! 

Estudos acadêmicos de autoridade nesta temática - do uso do arsenal de marketing no âmbito interno das organizações - são classificados internacionalmente sob o jargão "internal marketing orientation" (938.000 entradas no Google Acadêmico CONTRA 2.750 entradas para "endomarketing"), que traduzimos por "marketing orientado ao público interno". Se você utilizar textos e autores acadêmicos nesta linha, aí sim terá um produto que poderá ser chamado "científico" em mãos. Saudações públicas relacionais.
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quinta-feira, 13 de março de 2014

Aulas com chapéu alheio...

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LÁSTIMA

Notícia de hoje dá conta de nova e repetida crise relacionada à contratação de professores substitutos pela UERJ. São 900, num quadro estável de 2.300. Diz-se que são responsáveis por até 60% da carga horária de aulas, o que a Universidade desmente.

Fui chefe de departamento na UERJ algumas vezes. A última, entre 2006 e 2008. Naquela ocasião tínhamos, sim, 60% da carga horária do curso de graduação a nosso cargo, no departamento, dados por colegas substitutos. Em 13 professores ativos, 7 eram contratados precários (a UERJ, ilegalmente, pagava somente 4 meses letivos por semestre, sem férias e sem carga horária para correção de trabalhos e provas ou planejamento de aulas).

TERCEIRIZAÇÃO "DA MARCA"

Isto nos causava revolta, a mim e a meus colegas chefes de departamento (cargo, aliás, não remunerado na UERJ, e fonte infinita de problemas, dores de cabeça e incompreensões) e eu dizia que a UERJ andava "terceirizando seus cursos". Pois se, como era o caso, atuássemos em outras IES e nelas fôssemos buscar "reforços" (aliás, substitutos são rotineiramente elogiados, homenageados em formaturas, e fundamentais para oxigenação dos cursos), corríamos o risco de termos mais "um curso da Gama Filho", por exemplo, do que um curso da UERJ, na própria UERJ...

SÓ PROFESSORES-DOUTORES, POR QUE?

A oxigenação mencionada é bem-vinda, sempre. Mas deveria vir por outras formas, como, por exemplo, o retorno (como fizeram as universidades federais) da contratação de professores auxiliares (graduados e/ou especialistas), atuantes também no mercado de trabalho, contrabalançando a experiência dos estudantes no contato acadêmico - hoje restrito a doutores - os quais, a propósito, não querem trabalhar nos cursos de graduação, levando, isto sim, ao número excessivo de substitutos. Como se pode admitir um curso de Engenharia Civil em que nem um dos docentes atua numa construtora, no dia-a-dia de obras? Ou um curso de Jornalismo em que nem um docente trabalha em veículo de comunicação, seja impresso, de rádio, de TV ou na internet?

DE CRISE EM CRISE A INSTITUIÇÃO SE FRAGILIZA MAIS

Alguma coisa está - muito - fora da ordem quando, por anos a fio, uma Universidade pública do porte da UERJ deixa vagos e mantém 40% dos cargos docentes de seu quadro sendo ocupados por substitutos; precários, mal pagos e mal tratados - verdadeiros "burros-de-carga" dos cursos de graduação.
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segunda-feira, 10 de março de 2014

Os 7 sábios "tuítes" de José Mujica. A peripécia do tupamaro no poder.


“Reconheço a tragédia do mundo atual”. José Mujica, presidente do Uruguai (excertos da entrevista a Helena Celestino, publicada n’O Globo, em 09/03/2014 - P. 39).

1 - Temos uma economia baseada no hiperconsumo de coisas inúteis. Temos de lutar para que todos trabalhem, mas menos, todos devem ter tempo livre. Para viver, fazer o que gosta. Isto é a liberdade.

2 - Eu simpatizo com os protestos, mas não levam a lugar algum. Derrubaram alguns governos, mas construíram nada. Para construir, é preciso criar uma mente política, coletiva, de longo prazo, com ideias, disciplina, e com método.

3 - Aplicamos um princípio muito simples: reconhecer os fatos. Aborto é velho como o mundo. E a mulher, na sua solidão, inevitavelmente, tem de se enfrentar com este problema. A legalização do aborto e os métodos de contracepção, o trabalho psicológico, significam uma maneira de perder menos.

4 - O casamento homossexual também é mais velho que o mundo. É um dado de realidade objetiva, existe. Não legalizar seria torturar as pessoas inutilmente. Enxergamos a hipocrisia. Eu não sou nada, sou um camponês com senso comum. Sem dúvida, estou vivendo uma peripécia.

5 - Não vai existir turismo da maconha. A decisão de legalizar - e normatizar - o uso não tem a ver com esse mundo boêmio. É uma ferramenta de combate a um crime grave, o narcotráfico, é para proteger a sociedade. É muito sério.

6 - As repúblicas não vieram ao mundo para estabelecer novas cortes, com resquícios de feudalismo e monarquia. Nasceram para dizer que somos todos iguais. Na república ninguém é mais que ninguém, começando pelo governante. Por faltar essa visão, muitíssima gente, especialmente os jovens, não creem na ética da política. A política não pode ser máfia e tem limitações.

7 - O mundo vive uma crise de caráter político, nossa civilização entrou numa etapa de crise de governança. O mundo está precisando de um conjunto de acordos de caráter mundial, porque tem problemas que nenhum país sozinho pode resolver.