domingo, 27 de julho de 2014

#RRPP_SÃO_BUSINESS!


Estou produzindo um "curta" sobre o tema "2014 - Cem Anos de Relações Públicas no Brasil", e os depoimentos até agora são de cair o queixo.

Os mais antigos - todos - atuaram no nível de "board" das empresas - como acontecia, e ainda acontece hoje, nos países mais desenvolvidos. O que estragou tudo foi a "desimportância" da tal da Comunicação "Social" no universo dos donos de empresas, seus gestores e contratadores. Os gestores públicos sabiam do potencial da nossa atividade, mas estavam sob o tacão militar.

Infelizmente, "comunicólogos" - há exceções, como sempre - ficam atuando a vida inteira na periferia das coisas que realmente importam no planeta (indústria, comércio, política, gestão, finanças, emprego e renda). Relacionam-nos com entretenimento e com a "perfumaria" do mundo. Influir na tomada de decisões? Nunca! Talvez só na escolha do sabonete, ou do refrigerante, ou do político "profissional".

RRPP seriam implementadas nas escolas de Administração, em 1967, mas a ditadura não deixou e juntou todo mundo que escrevia debaixo da Comunicação "Social" - conceito inventado décadas antes pela Igreja Católica.

Só a independência (dada finalmente em setembro de 2013) e uma aproximação radical com a Administração e os Negócios poderá devolver os errepês ao "lugar" de onde a área deriva ("business") e de onde nunca deveríamos ter saído (o parecer de Caio Amaral - vencido no MEC - era neste sentido, contou Edson Schettine de Aguiar, diretor por 21 anos do DEPCOM da UGF).

Quem lhes conta isto é alguém que ministrou as disciplinas Administração e Assessoria 1 e 2 - por 24 anos -, na Faculdade de Comunicação Social da UERJ, e agora ministra Comunicação Organizacional na Faculdade de Administração e Finanças da mesma universidade.

Alguém que se formou em um Instituto de Psicologia e Comunicação Social (o "Social" era imposição da ditadura em 1971) que mantinha SOMENTE o curso de Relações Públicas, fiel à tradição dos estudos de persuasão de Edward Bernays e às práticas de David Ogilvy junto à opinião pública - fontes e nascedouro da nossa área... E fundamentais!... Hoje "perdidas" no nosso "comunicólogo" tempo e entregues, de mão-beijada, a engenheiros de "software" e neurocientistas. Mas esta já é outra história.

 #RRPP_SÃO_BUSINESS!

 Evidências: a pioneira escola multidisciplinar, na USP, foi batizada a partir de parecer interno de antes de 1966 - Escola de Comunicações Culturais. Com a pressão da ditadura, mudou sua denominação - em parte - para Escola de Comunicações e Artes. Na UFRJ, onde o curso de Jornalismo tem origens na escola de Ciências Jurídicas (!), foi criada a ECO - Escola de Comunicação. Dois dos pontos de resistência mais conhecidos. Há outros.
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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Precificação de serviços... tarefa complexa.


Preços variam muito. Dizem... até... dependendo da "cara do freguês"...

De modo geral, em relações públicas, um trainee (com até dois anos de formado) pode cobrar 50 reais a hora de trabalho - seja num planejamento, seja numa operação (de evento, campanha, conteúdo para portal na web).

Já para alguém "júnior", 75 reais/h; "pleno": 100 reais; e "senior" 200 reais. 

Em um mundo ideal, essas cifras seriam calculadas, mesmo no Brasil, em dólar (que é o que praticam as consultorias de grande porte, aqui - eu já trabalhei em três dessas empresas). Ou mesmo em euros, se o serviço for estratégico. 

Há casos em que se pode ganhar mais, mas isso dependerá muito do cliente. E sempre há a possibilidade de fechamento de "pacotes", quando se quer o consultor em bases mais permanentes. Aí o valor não é mais contabilizado em horas - pois ficaria muito caro - mas em semanas alocadas ou meses; e com "preço fechado" - um "job").

Pode-se prestar serviço como autônomo (registrando-se na prefeitura como pessoa física), MEI (micro-empreendedor individual) ou empresa limitada (agora sob o SIMPLES). 

Evite-se o termo "consultoria" na razão social, se for criar empresa. O Sistema CFA-CRA acha-se "dono" da palavra. Parece absurdo - e é - mas muita gente (inclusive eu) já perdeu tempo com isto... em vão.

O registro profissional em Conselho nada tem a ver com o formato da cobrança por serviços. 

A prefeitura tem uma classificação de prestadores de serviços autônomos (para emissão de RPA) que não é, necessariamente, coincidente com a legislação do trabalho ou a legislação fiscal. Por isso, aliás, o Brasil é dos últimos países no ranking da pesquisa "Doing Business", ano após ano. 

O contador, sim, é quem pode ajudar a verificar a melhor forma, em cada localidade sede da prestação do serviço. Afinal, há regramentos estaduais e municipais especiais que fazem incidir alíquotas diferenciadas ou até isenções fiscais! É o caso de Barueri com o leasing, por exemplo. A cidade aprovou uma legislação sobre este tipo de empresa que fez com que TODAS as empresas de leasing tivessem sua sede naquele município! 

É o tal do "cipoal fiscal" que nem um governo atreve-se a desvelar neste país.

Mas há que formalizar-se e no Brasil, com todos os percalços e demora, o custo e o tempo estão baixando. A dificuldade não nos deve desanimar.
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sexta-feira, 18 de julho de 2014

FLEXIBILIZAR OU FISCALIZAR? EIS A QUESTÃO!


Ontem, foi aprovada pelo Congresso Nacional – e encaminhada a sanção presidencial – lei que obriga farmácias e drogarias a terem um farmacêutico de plantão.

A lei baseia-se em um só ponto central: a questão da Responsabilidade Técnica (RT).

Responsabilidade Técnica é direito-dever das profissões regulamentadas. Como a nossa.

E o reconhecimento disto por todo o arco da sociedade é algo desejável embora difícil e complexo num país com as dimensões e diferenças regionais do Brasil, sobretudo nos quesitos “cidadania” e “direitos civis”.

Porém, a dificuldade não deve ser um entrave num ambiente que se quer civilizado, e fazer jus ao posto de oitava economia da mundo.

Esperemos a sanção presidencial desta lei. Acompanhemos o assunto.

Por analogia, muito interessa neste momento – espero que – final – das discussões sobre “flexibilização” da concessão do registro profissional de relações-públicas a não bacharéis em RP, momento em que se pode cogitar, ao invés de uma decisão interna ao Sistema Conferp-Conrerp (por Resolução Normativa), partir para a revisão da nossa Lei 5.377 no Congresso Nacional.

Lembremos, ancorados na realidade, que o dispositivo acima mencionado – ao largo de toda a discussão sobre real necessidade (hoje toda farmácia e toda drogaria têm que ter um Responsável Técnico) – levou 21 anos para tramitar!

Ora, sabemos que toda comunicação de caráter técnico tem que ter um relações-públicas como Responsável Técnico, o que tem potencial de empregar todos os perfis de RP que as IES puderem formar, ontem, hoje e sempre! E, cá entre nós, melhoraria em muito a comunicação de nossas empresas, entes públicos e organizações da sociedade civil.

Por que não direcionamos nossa energia, no Sistema Conferp-Conrerp, então, para fiscalizar e fazer valer o nosso direito legítimo, assegurado por lei (o que muitas categorias demandam no mesmo Congresso Nacional, há anos), ao invés de “abrir” nosso registro?

Essa é “a” questão.

E todos aqueles que estudam, ensinam, praticam, regulamentam e fiscalizam RP precisam se posicionar quanto a ela.

OBS.: A imagem acima é uma criação de Guilherme Alf e remete ao movimento #TODO_MUNDO_PRECISA_DE_UM_RP. Informe-se sobre. Participe. Colabore.

Em 2014, ao completar 100 anos, nunca mais as Relações Públicas serão as mesmas no Brasil.

[Do Observatório da Comunicação Institucional, em 17/07/2014].
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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Agora é BRA. BRA de bravata!

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O recreio acabou.

Prefiro perder 90 minutos de diversão nas quartas e sábados e que o país - e os brasileiros - "funcionem" em todo o tempo restante. O que não dá é achar que ser hexacampeão compensaria o milésimo lugar em índice de desenvolvimento humano, taxa de compreensão do que se lê, raciocínio quantitativo, e no ranking "doing business".

Alguns idiotas da objetividade não gostam que se relacione o futebol dos canarinhos com governo e dinheiros públicos e criticam quem relaciona. Ora, eu também não gosto!

Mas... sobre dinheiro privado VERSUS dinheiro público: a FIFA recebeu isenções fiscais, a CBF tem verbas públicas e TODOS os clubes e federações que a compõem DEVEM à previdência, imposto de renda recolhido dos atletas na fonte e não repassado à RFB, além de tributos estaduais e municipais.

As TVs e rádios que vendem a mídia mais cara do mundo, em dólar, são concessões públicas - e os anunciantes maiores são... Petrobras, CEF, Banco do Brasil, ApexBrasil e Correios.

Meu ponto é se Faustões e Galvões, além de Neymares e David Luizes, teriam coragem de andar entre as pessoas (do povo) que os adulam com um crachá constando sua pornográfica renda anual.

Vamos ser transparentes?

Não sou eu quem "junta" governo e futebol, tentando "faturar" o "coração amarrado na chuteira do Itaú". Quem faz isso, há tempos, é o governo do PT-PMDB desde que compactuou com a pantomima do Sr. Blatter, em Zurique, "sorteando" o Brasil (único país candidato a sede) a país-sede em 2007.

E prometeu 12 sedes (quando só eram necessárias 8 - e em estados absolutamente "sem-futebol"), Itaquerão (um escândalo pago com dinheiro público), o trem-bala entre Rio e SP (outra piada), as obras de mobilidade urbana (desnecessárias "p'ra ontem" e superfaturadas se em 2011 o Congresso Nacional aprovou uma lei que permitiu a governadores e prefeitos criarem feriados "na canetada" (do que o comércio e as atividades estão se ressentindo agora, e muito) e entregou à FIFA uma renúncia fiscal (com o meu, o seu, o nosso dinheiro) sem precedentes, descumprindo, até, a lei (tão suada) de proibição de bebida nos estádios (de excessos que até o Sr. Valcke reclamava anteontem, na mídia).

Agora é BRA. BRA de bravata.
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