quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A SBAT corre o risco de morrer. Viva a SBAT!

Tive a chance, a sorte, de ser produtor cultural por dez anos da minha vida. Foi uma década maravilhosa. Não porque tudo deu certo, mas pela riqueza do contato com artistas. De muitas origens, de muitos gêneros de criação. Do teatro, mas também da poesia, da música, da dança, do livro, do audiovisual, das artes plásticas.

Depois dessa década, passei de produtor a estudioso desse vasto campo.

Um doutorado na USP (marketing cultural) e um pós-doc na UFF (marketing para as artes) depois, deparo-me com a manifestação absolutamente oportuna (pelo reerguimento) atual e pungente de Aderbal Freire-Filho (esta, ontem, n'O Globo), no dia do centenário da SBAT.

Reflexo das muitas crises atuais do Brasil, o chamamento desse resistente (citado em minha tese) é urgente! Alardeia-se a todo minuto na imprensa que 'temos instituições fortes e elas estão funcionando'... ok... Mas trata-se, nessas menções, de instituições de Estado e não da cidadania. Nisto, somos frágeis. Quando se trata de institucionalizar causas, lutas, segmentos inteiros, as pessoas desaparecem... E, com a facilidade da internet e a (falsa) proximidade das redes sociais, passam a fazer manifestações 'de cadeira', sentadas diante de seus computadores, tablets e smartphones.

Como dirigente de uma típica ONG associativa (como a SBAT), vivo o movimento pendular entre o entusiasmo do que um coletivo pode ser e fazer, e o desânimo da solidão de 2 ou 3 gatos pingados 'idealistas'.

Que as gentes da arte e da cultura ouçam e atendam ao chamado do Aderbal! Se não somos, hoje, tão bons em criar empresas e instituições da sociedade civil que não passam à 'maturidade jurídica', ou seja, não entram vivas e operativas em seu terceiro ano, que consigamos pelo menos manter aquelas que foram construídas e mantidas pelas gerações que nos antecederam. Cultura é cultivo. E é disso que se trata aqui, agora.
>

sábado, 2 de setembro de 2017

Agora, chega! Ilegal, e daí? Estou fora!


Infelizmente, nesta decisão judicial absurda e abjeta, confirmou-se a minha desconfiança de que, da 'Belíndia' (de mais de duas décadas atrás, por Edmar Bacha), o Brasil (inclua-se os brasileiros) 'escolheu' ser Índia.

Por conseguinte, arguo o meu direito legítimo de emigrar.

É lastimável que a 'uberização' da Economia - e de todas as outras coisas - (decantada até por colegas acadêmicos), ou o império do 'ilegal, e daí?', inclusive na Saúde (graças ao Doutor Já) e na Educação (graças à Anhanguera), tenha chegado à Justiça, que absolve - tendo como 'normal' - um sujeito (já fichado 15 vezes) que, dentro do transporte coletivo, ejacula e atinge um semelhante.


Na Índia, defeca-se nas calçadas - por não haver saneamento básico -, assim como se abre caminho no trânsito urbano batendo os carros, lata-com-lata.

Nada contra aquela nação, mas como não gosto e nem pertenço a castas que podem escolher não usar transportes coletivos (desconfio que todos os familiares de juízes e desembargadores brasileiros nem sabem o que é isto), resta-me seguir - não sem muita tristeza e ira - para um lugar que tenha atingido um patamar de civilidade, urbanidade e, principalmente, num Estado que cumpra os deveres que lhes são consignados pelos contribuintes (Segurança, Educação, Saúde e Justiça) - o que se dá no Brasil é justo o contrário - no nível que 'eu' considere normal.

Iniciada contagem regressiva.

Rio de Janeiro, 02/09/2017.
>

sábado, 26 de agosto de 2017

RP / Marketing Cultural / Saídas para a crise.

RP: um perfil talhado para exercer o marketing cultural.

ECONOMIA CRIATIVA: oportunidade para empreender.

LINK
>

sábado, 15 de julho de 2017

'Alberto Kaplan - um documentário: pintar é como um jorro'.

Minha mais recente incursão  na área da produção cultural: um curta-metragem (11m44s) sobre performance de Alberto Kaplan:



terça-feira, 27 de junho de 2017

Como se tornar mais um 'bot' entre tantos 'robots'.


Não é de hoje que venho ensaiando um texto crítico sobre 'marketing digital'...

Ao pé da letra, 'marketing digital' seria... vejamos... o marketing exercido por quem vende aqueles dedos de silicone com impressões para ponto eletrônico... Ou quem comercializa hardware... Ou pacotes de software... Ou, talvez, um vendedor de ilusões: ilusão de competência, ilusão de contemporaneidade, ilusão de estar 'in', ilusão de bombar na internet, ilusão de lacrar nas redes sociais...

É... mais ou menos isso... Ilusionismo.

Como se não bastassem os vendedores de 'soluções' (nome 'fashion' para aplicativos) - daqueles que prometem que seus programas só faltam falar... aliás, até falam hoje em dia...

Agora, um bando de 'coaches', 'influencers' e que tais assolam-nos nas redes a vender milhares de cliques, milhões de 'likes', bilhões em 'share'...

'Big Data' tornou-se trivial no dialeto dos 'nerds'. É um tal de 'opt in', 'batch', 'dispatch' e 'engage'... que nem nos atrevemos a contra-argumentar... afinal... quem somos nós, brancaleones Xs e Ys diante do exército-ninja de Zs?

Segue - aqui - o que motivou-me a este 'post' meio desabafado. Dá-lhe SEO! Dá-lhe Sem-noção Expert para Otários!

Mais sobre em http://projetodraft.com/e-ridiculo-como-as-modas-digitais-se-tornam-um-paraiso-para-oportunistas-no-brasil-eis-a-verdade-sobre-elas/
>

sexta-feira, 2 de junho de 2017

quinta-feira, 18 de maio de 2017

segunda-feira, 8 de maio de 2017

PMDB de F. E - enfim - uma mulher no comando formal dos franceses.

Uma 'coalizão' (palavra predileta de George W. Bush) levou o segundo turno das eleições francesas, entregando o poder a uma espécie de governo com alma de Temer (e cara de Chalita).

E o eleito já disse que seu 'Em Marcha' não deve ter o futuro primeiro-ministro... ou seja, neste futuro (des)governo 'PMDB de France', o 'gestor' será de fora, uma espécie de 'tucano' promissor. Olha o PSDB do Dória aí, gente!

Senão, vejamos:

  • 40% dos eleitores se abstiveram, votaram em branco ou anularam o voto. Só 60% do eleitorado foi às urnas para cravar um voto válido. Faça as contas...
  • Desses 60%, 34% escolheram Marine Le Pen. E 66% votaram em Macron - que agradeceu a votação 'inclusive dos que votaram em mim só para não votar em Le Pen'. Este número, não são só as deusas da República e da Democracia que sabem...
  • Nas pesquisas - que já apontavam para a divisão 1/3 Le Pen, 2/3 - Macron, os respondentes também desnudaram estas curiosas excentricidades: 

          - 43% optaram pelo não-voto. Ou seja, votaram para não eleger Le Pen. O tal do voto 'menos-pior'.

          - 61% não desejam que o líder do 'Em Marcha' tenha maioria parlamentar (nos resultados que sairão das urnas em seis semanas).  

Conclusão: a grande vitoriosa de 7 de maio de 2017, na França, foi Angela Merkel. A ela, as batatas!
>

domingo, 7 de maio de 2017

Do 'clipping' O.C.I.

Diretora do YouTube diz que empresa quer conquistar confiança de agências.

Como, se o 'randômico' da rede é sua glória?

quarta-feira, 26 de abril de 2017

AGORA É OFICIAL!


A Sociedade Educativa 'Observatório da Comunicação Institucional' (O.C.I.) inova e lança:

AUDITORIA FUNCIONAL DA COMUNICAÇÃO com aferição do Índice de Transparência Ativa

- Se você é gestor e quer saber se a sua organização é transparente, contrate

- Se você é profissional experiente no campo da Comunicação e quer ser um auditor, credencie-se

DIA 23/05 - 18 horas - São Paulo: no Congresso Mega Brasil de Comunicação - Sala Turquesa 6.

ENTRADA FRANCA!

>

quinta-feira, 13 de abril de 2017

CONCLUÍDO o pós-doutorado!


Na Universidade Federal Fluminense / Instituto de Arte e Comunicação Social - Cultura e Territorialidades.

Tese desenvolvida: 'Marketing para as Artes: evolução do conceito – e da aplicação – do marketing cultural'. 

Trecho extraído da Declaração emitida pela Coordenação do PPCult, recebida ontem (12/04): 

"UFF/IACS/PPCult... declara a valiosa contribuição dos estudos desenvolvidos - que resultaram em instigante tese -, indicada para publicação junto à coleção 'Cultura &...', ... o livro 'Cultura & Marketing para as Artes', no prelo da Editora Lumen Juris. Parabenizamos o pesquisador pelo belíssimo resultado. Niterói, 03/03/2017. Prof. Dr. Luiz Augusto F. Rodrigues, Coordenador". 

OBRIGADO, SENHOR!
>

sábado, 18 de março de 2017

O verdadeiro tabu da 'fiscalização' no Brasil.


A carne é fraca. Mesmo.

Fiscalização, no Brasil, é tabu - e não é de hoje.

Desde criança me intrigava aquele SIF (selo de inspeção federal) impresso nas latas de leite Moça e de manteiga Aviação.

Eu me perguntava: - Como fiscalizaram o conteúdo se as latas já estavam com o 'selo' impresso?

É...

E se todas as 'fiscalizações' brasileiras continuarem entregues a 'concurseiros' (daqueles que querem fazer concurso 'para fiscal de qualquer coisa')...

Ou mudamos o conceito do que seja ser 'fiscal' em nosso país ou permaneceremos neste plano inclinado rumo ao caos.
>

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Neste 1o. de março...

... aniversário da cidade do Rio de Janeiro – que tão bem me acolheu pessoal e profissionalmente –, apresento o PROFFICE Consultório de Relações Públicas.

Entre em contato – a casa é sua:

marcondesneto@yahoo.com | 21 99490-0711 | www.proffice.net.br

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sobre a absolutamente presente questão geracional...

Para quem interessar possa, início e final dos períodos (considere que há uma margem de 3 anos para antes e para depois em cada ano demarcatório a seguir - áreas cinzentas em que se sobrepõem características de duas gerações. Eu, por exemplo, estou entre a Geração Baby Boomer e a Geração X, considerando-me, porém, em autoavaliação, um típico 'exemplar' da Geração X - assim denominada justamente por tratar-se de uma Geração Incógnita, ou seja, que 'não disse a que veio', sendo absolutamente esmagada pela passagem direta dos bastões do poder da Geração Baby Boomer (dos hippies de 1968) à Geração Y (dos yuppies de 1990):

- Tradicionalistas: de 1919 a 1944 (*) - com 18 anos em 1937
   (são os nossos avós)

- 'Baby Boomers': de 1945 a 1957 - com 18 anos em 1963
   (fizeram a primavera de Praga e estiveram em Woodstock)

- Geração X: de 1958 a 1970 - com 18 anos em 1976
   (nem hippies nem yuppies, viram a vida passar sem mudar)

- Geração Y: de 1971 a 1983 - com 18 anos em 1989
   (o filme 'Wall Street - poder e cobiça' representa esse tempo)

- Geração Z: de 1984 a 1996 - com 18 anos em 2002
   (nerds, geeks - populam as gigantes do Vale do Silício)

- 'Millennials': de 1997 a 2009 - com 18 anos em 2015
   (bem os representam Airbnb, Uber e que tais) - 'the big shift'

Não fruto de uma ciência 'exata', mas tema objeto de ensaios, muita desinformação tem sido publicada sobre gerações (sobretudo sobre a Geração Y), muitas vezes abarcando em 1 até 3 períodos geracionais que, se em meados do século passado se completavam a cada 25 anos (*), a partir de então - e neste ensaio - são considerados como durando a metade desse tempo, 12 anos e meio. Há quem defenda, hoje, que 'geração' já é coisa de década, mas - por ora - mantenho minha visão particular, sobretudo contra a corrente que coloca a Geração Z após os Millennials. Quem completou 18 anos em 2016 anda em busca de uma letra - ou apelido - que a represente. Talvez A, talvez 'Alternatives'. Quem viver, verá.

>

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Sobre democracia, leis, noções e ‘sem-noções’ de autoridade, transparência ou legitimidade.

Como pensar e como agir quando quem pede justiça, e cumprimento às leis, em plena praça pública, chegou a ela ‘de Uber’?

Nos estertores de seu mandato, Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, editou uma lei reforçando a jurisprudência e o entendimento geral de que transporte público é uma responsabilidade do Poder Público, delegada a particulares por meio de concessões regulamentadas e fiscalizadas – assim sendo para os serviços de trens, ônibus, metrô e barcas (no caso do transporte coletivo); e táxis (no caso do transporte individual).

Tal medida fora muito esperada por cerca de 30 mil taxistas regulares da cidade, afetados que estão – há cerca de dois anos – pelo ilegal serviço de transporte individual (e coletivo… em ‘lotadas’ desde sempre vedadas a táxis) proporcionado por… ‘aplicativos’.

Aplicativos ‘falam’

Em nota à imprensa, o ‘aplicativo Uber’ declarou que ‘não iria cumprir a lei por entender que há uma decisão pendente na Justiça e que o prefeito, assim agindo, estaria surdo à vontade de seus munícipes…’. E uma segunda decisão liminar (e monocrática) veio proteger a ilegalidade e o ‘dumping’ praticado por este e outros aplicativos correlatos (num crime contra a ordem econômica, tipificado, e que, curiosamente, ainda não fez estancar o absurdo, apesar de seus ‘praticantes’ não suportarem os custos da ‘prestação de seus serviços’ a preço 50% inferior ao normatizado pelo município – pela Secretaria Municipal de Transportes Rodoviários – para o quilômetro rodado).

Ora… às favas com leis e regulamentos!

Dane-se! E, então, os tais automóveis ‘parceiros’ de empresas sem rosto, irregulares, multiplicam-se dia após dia, piorando o trânsito e a poluição sonora e do ar. E mais! – ‘intocáveis’, sem que se possa pará-los para fiscalizar, sob multa de 50 mil reais por ato…

Pensemos nesta contradição…

No interior de tais veículos irregulares, ‘infiscalizáveis’, convenhamos, todo tipo de outras ‘irregularidades’ podem acontecer… ‘distribuição’ de drogas ilícitas, de prostituição, de bicho (tanto do jogo quanto do silvestre vivo), de armas para extorsão, assaltos, sequestros – simulados ou não – etc.

O momento da edição da lei foi peculiar, pois veio coincidir com movimentos populares que cobram o fim, ou pelo menos um combate mais vigoroso, à corrupção e, também, com o movimento dos nossos ‘políticos profissionais’ que – na contramão das ruas – tentam aprovar restrições e amarras ao Judiciário e demais autoridades (para eles ‘abusivas’), além de anistia retroativa a crimes eleitorais (e administrativos) cometidos em seus perpétuos mandatos legislativos e executivos – em Brasília e alhures.

Aí, então, alguém – nas redes sociais – defende as mega-corporações de investimentos (sim, são fundos de investimento e não empresas ‘de transporte’):

– Liga e reclama para o aplicativo! Eles ‘pontuam’ o motorista. Às vezes, até ‘devolvem’ o dinheiro…

A propósito, Ricardo Boechat, ainda outro dia, esgoelava-se na Band News FM, cobrando do ‘aplicativo Waze’ que não enviasse inocentes às bocas de fumo para servir de alvo à bandidagem. Pois a coisa, pouco depois, se deu novamente e um turista italiano foi alvejado e morto no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. A quem o Sr. Boechat encaminharia suas perguntas jornalísticas?

– Afinal, o que é Waze? – Como Waze funciona? – Onde fica a sede do Waze? – Quem gerencia Waze? – Por que Waze ‘deveria’ dar mais alertas? – E como Waze faria isto?

Talvez, dando um passo atrás, se devesse indagar, sim:

– Quem regula o Waze? Quem defende a cidadania de erros do Waze? – O Waze assinaria um convênio com a CET-Rio? – O Waze faria um acordo com o BOPE? – O Waze alugaria uma frota de helicópteros e ‘drones’? – Para tal, Waze aumentaria seu custo?

Mas… se Waze é um serviço gratuito, como poderia cobrar por tais ‘serviços’? – E uma vez que está baseado em ‘inputs’ indiscriminados de motoristas conectados, a quem se poderia culpar por uma eventual informação errada do aplicativo?

Mais: – Se qualquer um – e todo mundo – ‘alimentam’ Waze de dados, como garantir que a bandidagem também não o faça com o fito de atrair potenciais vítimas só para tocar o terror e ainda mais medo no seio da população?

O país está mesmo doente, muito doente… Brazil – ill… ill… very ill…

Quando se trata de corrupção, além dos políticos corrompidos, quer-se descobrir os corruptores – aquelas pessoas físicas e jurídicas que ‘molham a mão’… do guarda da esquina ao ministro de Estado.

A grande avó da corrupção no Brasil – a empreiteira Odebrecht – fez publicar, em todos os jornais do país, um ‘pedido de desculpas’. Mas se traiu no texto com uma palavra maldita no contexto da Operação Lava Jato: ‘convicção’. Acontece que o povo não quer convicção, quer provas. E os resultados práticos das 77 delações premiadas mais o acordo de leniência da própria Odebrecht só serão aceitos pela sociedade – via MPF e STF – se produzirem as provas da corrupção que acompanha a empresa, talvez, desde a sua criação, em 1944 – ano que passa a ter um novo simbolismo, a que talvez se chegue numa linha do tempo retroativa à corrupção em governos da União, estaduais e municipais – todos – desde o pós-guerra, passando pelo ‘mar de lama’ da era Getulio Vargas, pela construção de Brasília da era JK, por todo o ciclo do regime de 1964, e pela Nova República – que, agora, segundo alguns historiadores, está moribunda (justamente por causa da corrupção ‘sistêmica’).

– Tens poder? – Joia!

Claro que não somente aquela empreiteira – ou o conglomerado de empresas sob a marca Odebrecht – tem culpa no cartório. Na mesma balada, também, um ‘designer’ joalheiro, Antonio Bernardo, que assina até prédios em bairros nobres do Rio de Janeiro, veio a público – em nota (mais uma nota!) – ‘desculpar-se’. Não deu para entender bem se as desculpas se deviam ao recebimento de incentivos fiscais do (des)governo de Sérgio Cabral (incentivos esses que contribuem para que os pagamentos de aposentadorias e salários de servidores do estado do Rio estejam atrasados), ou se devido ao fato de a empresa ter comercializado milhões em joias para o próprio Cabral e seus laranjas sem a devida emissão de notas fiscais. Já que não ficou claro, senhor Antonio Bernardo, não vamos desculpar, não, tá? Foi mal.

Outros exemplares

A Oi, ‘campeã’ nacional ungida pelos governos – todos eles, desde a privatização das teles – deve a abissal quantia de 65 bilhões de reais. Muito, mas muito mais do que vale o seu patrimônio. Um terço deste valor é relativo a multas – por maus serviços, descumprimentos de compromissos etc. E aí, então, o que faz, e sempre fez, a Oi – (a exemplo de suas coirmãs do segmento de telecomunicações)? Recorreu das multas… não as pagando… nunca! Ou então, mais ‘criativo’, o governo federal – via uma desmilinguida Anatel – transforma a multa em… investimentos… (?) Ôpa! Toda a população endividada também quer este ‘tratamento’!

Depois, foi a vez de uma engarrafadora de bebidas do Rio de Janeiro (– Olha o estado dos governadores-presidiários Cabral e Garotinho de novo, aí gente!), que escreveu: ‘… A Coca-Cola Andina Brasil fez contribuições eleitorais sim, de maneira transparente e na forma da lei, por considerar importante sua inserção no processo democrático. Correlacionar essas doações transparentes, formais, legítimas e legais com os incentivos fiscais é raciocínio precipitado e que desconsidera as reais repercussões socioeconômicas dos investimentos estruturantes de grande porte já realizados em território fluminense ao longo dos últimos anos.’. Bonito, não?

Empreiteiras: nas parcerias do tipo ‘ganha-ganha’, só quem perde é o ‘contribuinte’…

Ora, todas as ‘notas à imprensa’ de todos os corruptores dizem o mesmo: – Nossas doações eleitorais seguiram a lei e estão regulamentadas pelo Tribunal Eleitoral… É isso! Desgraçadamente, a própria Justiça Eleitoral brasileira transformou-se na maior ‘lavanderia’ de que se tem notícia no mundo. Bancos suíços perdem… Sem mencionar o fato de que todas as empreiteiras ‘doadoras’ de campanhas aparecem, depois, como fornecedoras dos governos dos eleitos (não importa o partido, as empresas doam dinheiro do caixa 1 ou 2 a todos) quando vencem licitações – ou como partícipes de ‘consórcios’, quando perdem…

Do pato laqueado (de Collor e Renan) na China ao pato peemedebista da FIESP

Por derradeiro, o espetáculo de horrores interinstitucional patrocinado pelo Senado Federal e o STF. O presidente daquele poder sequer recebeu um oficial de justiça e, depois, a própria Corte aquiesceu a desobediência, mantendo-o no cargo, nas benesses e no mando. Aliás, diz a sabedoria popular ‘atualizada’, ‘manda quem pode, obedece quem tem juízes…’. Na sequência – a coisa parece que ‘pega’ – o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também se recusou – na semana passada – a receber um oficial de justiça…

A pergunta que não quer calar:

– Como educar nossos filhos a serem cidadãos cumpridores das leis e de seus deveres, se empresas – e o próprio Estado – dão corpo e vida à expressão cunhada pelo jornal O Globo em uma ótima série de reportagens de 2014 que, aliás, clipamos aqui:

‘… ilegal… e daí?
>